Oh espelho da noite,
que irrompe veloz e cego,
trazendo morte ao ego,
solidão e agonia ao tempo,
que se arrasta lento e trôpego,
sobre seres a quem ha muito o vento balbuciou
frases desconexas, inaudíveis,
mas que, se ouvidas em ritmo lento
podem revelar o que ninguém agüenta ouvir
e repetir frases - tamanha ofensa -
ruborizar faces, destruir castelos, quebrar conceitos
que ainda regem nossas vidas primitivas e sonolentas.
A noite que reproduz e que conduz ao sono,
ao repouso; que alimenta a coragem do gatuno,
do preguiçoso; fomentando na mente vazia do medroso
a raiz e a sombra da maldade;
invadindo reinos, mundos; provocando horror
em pobres e celebridades,
com seus mitos e lendas, loucos para descobrir
a verdade e serem vítimas, mesmo que fatais,
em favor da curiosidade que permeia seus sonhos e medos.
Loucos, desvairados, desconectados do seu mundo real.
Mundo que só dorme e acorda para bem ou mal,
apenas precisando do tempo, do gatilho da espoleta da arma
que, quando apontada, pode ser fatal.
Mesmo errando causa mal.
Pelo seu estampido, pela força, pela palavra
daquilo que sai da arma, da alma do atirador implacável
que, melindrosamente inocente, projetou o seu vil veneno,
palavra quente, mas tão perigosa que, ao passar o espaço vago ,
depara-se com o espelho
que reflete a sombra passada,
o eco da palavra,
a escuridão da mente.
A parte ainda indecifrável, latente
do homem que se diz são,
mas que não passa de um doente.
Os textos aqui publicados estão protegidos pela Lei de Direitos Autorais.
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